Alvo da desconfiança de bolsonaristas desde que assumiu a Casa Civil de Bolsonaro, o senador piauiense Ciro Nogueira (Progressistas) tem garantido a derrota de quem apostou que ele se aproximaria do novo ocupante do Palácio do Planalto logo após a divulgação do resultado da eleição presidencial.
Passados os 100 dias do novo governo, porém, o senador é um dos políticos que têm defendido as pautas bolsonaristas no Congresso Nacional e usufruído da intimidade do ex-presidente. Na última quarta-feira (19), por exemplo, a primeira agenda do dia de Bolsonaro foi ao lado de Ciro Nogueira.
“Conversamos muito sobre o presente e o futuro do nosso país e vi o presidente muito animado e motivado para seguirmos trabalhando pelo nosso povo e combatermos todo o tipo de retrocesso”, escreveu Ciro sobre o encontro, o que aponta que ele não pretende se afastar do ex-chefe.
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Mais que aliado de Bolsonaro, Nogueira tem sido crítico do governo Lula. Nas redes sociais, debochou do slogan “O Brasil voltou!”, usado pelo Planalto nos 100 dias de gestão. Ele se manifestou também depois das declarações de Lula sobre a Guerra na Ucrânia. Já em entrevista à imprensa faz duras críticas ao petista.
Em sua atuação no senado, articulou a eleição de Rogério Marinho contra Rodrigo Pacheco, candidato do governo. Ele também é um dos defensores da instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar a invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro, o que o governo atua para evitar.
Os movimentos do senador, no entanto, não afasta a ofensiva de interlocutores do governo para atraí-lo para a base. Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais de Lula, é simpático a ideia de atrair o presidente do Progressistas em meio às articulações para formar maioria no Congresso.